Um estudo recente da Universidade Estadual Paulista (Unesp) revelou a presença do parasita Spirometra spp. em onças-pintadas do Pantanal. O patógeno pode causar esparganose em humanos, uma doença parasitária rara, mas com potencial para gerar graves complicações de saúde.
Os pesquisadores analisaram 40 amostras de fezes de onças e constataram uma alta prevalência do parasita. "Cerca de um terço das amostras testou positivo, o que é bastante", afirmou Felipe Fornazari, professor assistente-doutor na área de zoonoses da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da Unesp.
Riscos para a saúde humana
A infecção pelo Spirometra spp. ocorre através da ingestão de água contaminada com copépodes ou do consumo de carne mal cozida de hospedeiros intermediários, como anfíbios e répteis. Nos humanos, as larvas podem alojar-se no tecido subcutâneo, formando nódulos. Em casos mais graves, atingem os músculos, os olhos e o sistema nervoso central, causando dor, inflamação, convulsões e cegueira.
A forma mais rara e agressiva da doença, a esparganose proliferativa, permite a multiplicação e disseminação das larvas por diversos órgãos.
Diagnóstico e prevenção
O diagnóstico da esparganose é feito por exames de imagem ou pela remoção cirúrgica das larvas, com confirmação laboratorial. Para prevenção, recomenda-se consumir apenas água filtrada ou fervida e garantir que carnes estejam bem cozidas antes do consumo.
Embora seja uma doença grave, casos fatais são raros. No entanto, complicações podem ocorrer, especialmente quando o parasita atinge o sistema nervoso central.